Manifesto Naif De Quixelô
O MANIFESTO NAIF DE QUIXELÔ
A cidade de Quixelô localizada na região Centro sul do Ceará
têm surgido como um
polo produtor de Arte Naif, assim como algumas outras
cidades do Brasil.
A Arte Naif é a
produção artística oriunda do contexto popular. Popular porque é feita
pelo povo e para o povo. Naif não é, portanto, um mero
qualificativo criado por acadêmicos
para separar essa produção das demais artes. De caráter
figurativo, é perpassada por
elementos que envolvem o cotidiano e o imaginário humano.
Apresenta cores e formas
atraentes que são, na grande maioria das vezes, simples e
lembram em sua essência uma
pureza quase que infantil. Os desenhos, as formas da Arte
Naif nos fazem lembrar muitas
vezes desenhos de crianças.
Entretanto, as obras Naif nos enganam esteticamente. Em
geral, a aparência simples,
infantil esconde uma diversidade de técnicas, temas e mensagens
riquíssimas. Cada Naif tem
sua própria forma de pintar. Alguns valem-se de recursos
como luz, sombra e perspectiva para
elaborarem suas obras. Os materiais empregados na produção
também são diversos, desde o
tradicional óleo sobre tela até materiais reutilizáveis. Boa
parte dos Naifs usa tinta acrílica em
suas obras. Cada um possui estilo próprio devido ao fato de
desenvolverem suas técnicas
muitas vezes na individualidade, o que torna essa modalidade
artística fascinante de ser
apreciada e estudada. O Brasil é um dos principais países
onde se produz essa arte no mundo.
Estamos grávidos, grávidos de arte, grávidos de Naif, do que
foi, do que é e do que
vira a ser! O que temos hoje? Pouco ou quase nada do que
poderíamos ter enquanto
modalidade artística, atribuo isso a um conformismo e uma
falta de militância mais intensa.
Mas o Cenário começou a mudar quando os próprios artistas começaram a produzir suas próprias mostras independentes
Agora surge um novo momento na arte Naif Brasileira com mais
oportunidades de expor.
Não nos dirão mais o que ser, mas nos definirão pelo que
somos. Nossos espaços estão
se expandindo e a juventude reverenciará os velhos mestres
sempre que possível. Pois, pouco
ouvimos falar de Heitor dos prazeres, que é Naif e
Brasileiro; de Djanira da Motta e Silva,
José Antônio da Silva, Maria Auxiliadora e Poteiro, um
exímio crítico das telas, todos esses
são nossos mestres nacionais.
Assim o somos, artistas contemporâneos, Esse nosso espaço
não mais se pode negar,
foi conquistado com suor e lagrimas de muitas e muitos que
vieram antes de nós. A canção da
imperatriz dizia: “liberdade, liberdade abra as assas sobre
nós e que a voz da Igualdade, seja
sempre a nossa voz”.
Quero gritar e quando o quero fazer pinto ou escrevo como
aqui vos faço. Esse é um
grito de existência, existência enquanto arte contemporânea.
O que é esse novo naif? Porque se opõe ao antigo?
É novo porque somos pioneiros, pois não creio que ninguém
cria algo 100% inédito.
Aprendemos com o mundo, num amigo que opina, num livro, num
site, num curso online e
etc. Aprendemos o tempo todo e com a arte não é diferente
imitamos o que já vimos
consciente ou subconscientemente, a diferença é que as
referências de algumas são mais
secretas que a de outros porem todos as tem. Dizia Salomão:
“não há nada de novo debaixo
do sol”;
O Naif que agora temos se abre pra novos horizontes que às
vezes são os velhos
primórdios, com o direito de ser mais detalhista, mais
livre, mais refinado, sem deixar de ser
Naif. Somos agora também jovens, somos universitários,
poderíamos até dizer que é uma
geração de Naifs universitários.
Convidamos o Naif a chamar a poesia, a literatura, a dança,
o teatro, a performance,
enfim as demais artes para fazer uma grande festa, produzir
Naif além da pintura e escultura.
Ser naif está na atitude e no auto reconhecimento.
Viva o novo, vive la vida, viva la Frida!
Assinantes:
Alves, Arivanio (CE)
Costa, Mairla (CE)
Luiz, Leandro (CE)
Relbquy, Ruy (CE)
Sousa, Helton (BA)
Marinilda Boulay (SP)
Quixelô, Ceará 2020.
UAU!!!
ResponderExcluirExcelente!!
Gratidão sempre..bjs
ExcluirArivanio Alves, artista autodidata, que pinta com a alma, de forma livre representa temas do cotidiano e manifestações culturais. Tiro o chapéu para esse manifesto naif de Quixelô. Parabéns! Siga em frente...
ResponderExcluirObrigado que tenhamos todo vida longa e saúde para continuar amando e fazendo arte...
ExcluirParabéns Arivânio, torço muito pelo seu sucesso!
ResponderExcluirARIVANIO, do Poço da Pedra para o mundo.AVANTE!
Valeu
ExcluirÉ para cada uma de vocês que faço minha arte, viva a arte!
Este Manifesto foi mostrado pela primeira vez ao público na exposição do Edp nas artes do Instituto tomie ohtake em SP, no ultimo trimestre de 2020.
ResponderExcluirE publicado aqui na data de 19 de Dezembro de 2020.
Este texto foi criado apartir de uma pesquisa feita por mim em parceria com diverssos apoiadores de areas como literatura e pintura, não citarei nomes para não correr o risco de esquecer algum colaborador. Este documento foi mostrado ao público pela primeira vez no instituto Tomie ohtake por acontecimento da exposição do prêmio EDP nas artes 2020 no qual fui participante.
ResponderExcluirParabéns meu caro amigo, pela exposição clara de seu pensamento e por defender, com razão e sentimento, essa tão especial forma de expressão. Um grande abraço.
ResponderExcluirAmigo Paulo Eduardo
ExcluirGrato pela atenção que teve em ler o meu texto, espero continuar produzindo arte com compromisso e respeito a todas e a todos.
Que bom Arivânio ter seu grito de galo de Quixelô que se une ao nosso grito de galo aqui de Socorro-SP, lembrando que como "poetisou" nosso grande J. C. de Melo Neto: Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos, vamos assim juntos tecendo uma nova arte naïf!
ResponderExcluirSim, juntos somos fortes, esse texto é aberto para revisões e acrescimos. Fico feliz pelo comentário de cada um de vocês..
ExcluirSozinhos somos fracos mas juntos somos fortes, um cordão de três cordas é mais dificil de quebrar
Excelente. Parabens!
ResponderExcluirArivanio, a arte evolui com a humanidade. O novo ser humano precisa se conectar com o coração para seguir adiante. A Arte Naïf é essa necessidade de um novo ser autêntico, puro, que nasce em meio a tanta artificialidade. O artista naïf, dito primitivo, tem suas raízes nos primórdios da humanidade quando o homem, de forma livre, se expressava nas cavernas desenhando seus costumes, ritos, desejos, celebrações, enfim, a expressão mais pura, verdadeira e cheia de coragem. Assino esse Manifesto em prol do termo Naïf, já consolidado mundialmente.
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